sexta-feira, 7 de abril de 2017

DR. MARIA GIZELDA TRIGUEIRO DA SILVA



Dra. MARIA GIZELDA TRIGUEIRO DA SILVA, natural de Missão Velha-CE, nascida a 18 de fevereiro de 1934. Médica, professora, diretora de hospital, patrona de Hospital em Natal-RN. Gizelda viveu sua juventude e realizou seus estudos em Recife, Pernambuco, mas foi em Natal que lançou suas sementes familiares e se dedicou intensamente à sua profissão, sentindo-se, por adoção e por direito, uma cidadã norte-rio-grandense, com título indicado por Dr. Vivaldo Costa e homologado unanimemente pelos integrantes da Assembléia Legislativa Estadual. Ao receber aquele título, assim falou: “Aqui vivi minhas lutas, chorei meus desenganos, cantei as minhas vitórias, afirmando-me profissionalmente, consolidando grandes amizades e integrando-me à sociedade norte-rio-grandense.”Seu curriculum vitae é invejável, tendo diplomas de Filosofia Ciências e Letras e de Didática Geral, obtidos na Universidade Católica do Recife, em 1951 e em 1955, respectivamente. Como aluna do curso médico, participou da pesquisa “Valor da biópsia hepática no diagnóstico da fibrose hepática por E. Mansoni”, realizada na Clínica de Doenças Tropicais e Infecciosas do Hospital Pedro II, no Recife, concluindo sua formação médica em 8 de dezembro de 1959. 
Em 1961, substituiu o Professor Francisco Xavier Olavo Montenegro, na regência da Cadeira de Doenças Tropicais e Infecciosas da Faculdade de Medicina do Rio Grande do Norte. Seis anos depois, o Sanatório Getúlio Vargas foi transferido para um prédio novo e sua antiga sede foi transformada em hospital para tratamento de doenças infecto-contagiosas, recebendo o nome de Hospital Evandro Chagas, sob sua direção. Defendeu tese de Livre Docência em 1976, sobre “Tétano no Rio Grande do Norte – Alguns aspectos epidemiológicos e clínicos”, sob a orientação do Professor Ricardo Veronesi, da Disciplina de Doenças Infecciosas da USP, uma referência internacional no assunto. Em recente manuscrito a nós dirigido, o eminente Professor Veronesi assim se referiu à nossa homenageada: “Giselda teve papel importante, se não decisivo, em 1980, na criação da Sociedade Brasileira de Infectologia por mim fundada, com total apoio dessa magnífica companheira. Tive, nesses 20 anos de salutar convívio com Giselda, a satisfação de receber o carinho e a amizade de seu esposo, Professor Kerginaldo Trigueiro e seu três filhos. Giselda foi mãe e esposa exemplar e seu trajeto pela Medicina foi marcado por episódios que honraram e dignificaram sua família, seus amigos, seus discípulos e seus colegas”. Discorrendo ainda sobre o seu curriculum vitae, nossa homenageada realizou estágio na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e participou de inúmeros trabalhos apresentados em Congressos Nacionais e publicados em revistas de importância científica, dentre outras inúmeras atividades de chefia, ensino e pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Nessa inumerável lista, salientam-se conferências proferidas, aulas magistrais, participação em bancas examinadoras de concursos universitários locais e de outros estados e em Conselhos Editoriais de revistas médicas. Exerceu a presidência da Sociedade Norte-rio-grandense de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical seccional do RN e, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ocupou os cargos de Chefe do Departamento de Infectologia e Coordenadora do Curso de Medicina. Foi ainda Presidente da Associação Médica do Rio Grande do Norte e da Sociedade de Médicos Escritores do Estado. Vale recordar a sua grande capacidade criativa ao escrever versos de literatura de cordel. Ela trouxe para Natal o XVI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical que, presidido por sua liderança, mostrou a quase mil congressistas de outros Estados da Federação a competência científica dos nossos participantes locais e as belezas naturais da nossa cidade. Durante este evento, tive a satisfação de conhecer o Professor Luiz Carlos da Costa Gayotto, a quem devo muito da minha formação em hepatopatologia. O Professor Jayme Neves, da Universidade Federal de Minas Gerais, que deste evento também participou recorda, em contatos mantidos conosco, de uma chuva torrencial que quase atrapalha o lauto jantar que ela ofereceria aos participantes do Congresso, ao redor da piscina da sua residência. Este incidente não foi capaz de fazê-la perder seu bom humor, embora em prantos de desapontamento... Representou o Brasil em Congresso Internacional realizado na Suécia, discorrendo sobre um tema do qual era profunda conhecedora, “O tratamento do tétano”, ilustrando sua apresentação com uma das maiores casuísticas mundiais, tornando-se assim, conhecida e respeitada no mundo científico nacional e internacional. Sobre esse tema, participou como colaboradora na redação do capítulo de livro do professor Jayme Neves. Recordo como a mesma sentia-se frustrada ao ouvir o ruidoso barulho do trem que até hoje ainda trafega diante do antigo Hospital Evandro Chagas, pois à sua passagem seguiam-se ataques convulsivos dos recém-nascidos tetânicos dos quais ela tratava com tanto carinho e dedicação. Nossos plantões, como estudantes, eram regidos pelos apitos e pelos tremores da máquina que até pareciam invadir aqueles pequeninos corpos já tão agredidos pela toxina do bacilo tetânico. Faleceu em Natal no dia 11 de maio de 1986, em pleno mandato de presidente da Academia de Medicina do Rio Grande do Norte
FONTE - INTERNET

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A MEDICINA É UMA DAS CARREIRAS MAIS IMPORTANTES E UMA DAS QUE EXIGEM O ESPIRITO DE ABNEGAÇÃO ANTES DE QUALQUER SONHO DE FORTUNA. O MÉDICO TEM UM GRANDIOSO PAPEL A DESEMPENHAR PERANTE A SOCIEDADE. ESTE VAI FECHAR FERIDAS, FORTALECECER O COMBALIDO, SALVAR UMA EXISTÊNCIA. APÓS LONGOS ESTUDOS, APÓS UM SOLENE JURAMENTO, EI-LO EM SUA ATIVIDADE, ORA SERVINDO NUM HOSPITAL ONDE SUA PACIÊNCIA TEM DE SER BENEDITINA PARA ATENDER A TANTOS QUE O PROCURAM COM A FETIDEZ DE SUAS CHAGAS, COM MOLÉSTIAS CONTAGIOSAS, COM ACHAQUES ESQUISITOS, COM OS MEMBROS FRATURADOS, COM A VIDA NO ÚLTIMO ALENTO